quarta-feira, 24 de março de 2010

DO TEATRO PARA A TELEVISÃO

É muito comum um ator de teatro fazer sucesso na tevê. Afinal, o teatro pode ser considerado o pai da Televisão, não é mesmo? Mas se você pensa que é fácil, digo-lhe, agora, com toda convicção: não é!
Esse pensamento equivocado parte até mesmo daqueles que fazem ou fizeram teatro como eu. Na verdade, muitos o procuram justamente pensando em um dia ir para a TV, pois é lá que se tem “glamour”, prosperidade financeira, enfim, o almejado sucesso! E a pretensão de saber que, de uma certa forma, por dominar uma técnica, no caso a teatral, vai ser um trampolim, um facilitador, para ingressar no mundo televisivo, já traz em si uma dificuldade, que é a falta de humildade e a indisponibilidade total para aprender. O fato é que são técnicas diferentes, são linguagens totalmente diferentes. No teatro, nós aprendemos a expandir, a exagerar nas coisas, nos gestos, na articulação, na dicção e na expressão facial, por exemplo, enquanto que na televisão é tudo muito natural, normal, “pequeno”, como diz a professora Meire Moreno, com quem tive três dias de aula de Apresentação para TV, ou seja, um tanto diferente do teatro. Taí a dificuldade de alguns e a preferência de tantos outros para o Teatro, que consideram (concordo plenamente) uma arte completa, uma arte do aqui, agora. A presença do público e de companheiros de trabalho numa contracena, o bate-bola da equipe, a ausência de uma máquina que te desnuda, que te aumenta e te engorda, tem cá as suas vantagens! Certo numero de atores fazem TV com a simples intenção de, ao alcançarem a fama, o estrelato, poderem fazer seu teatro com mais conforto e dignidade, sem precisarem mendigar em tantos e tão difíceis editais culturais.


Então, se antes deste curso já admirava alguns atores que sabem fazer TV, hoje os admiro muito mais, quando vejo que conseguem fazer personagens totalmente diferentes uns dos outros, sem clichês, sem exageros vocais que as vezes se perdem com a sequência interminável de cenas, durantes tantos meses de gravação.

Particularmente, sempre quis fazer TV. Desde pequeninha, descobri que queria ser atriz, com uns seis ou sete anos, quando não perdia um só capitulo do Sitio do Pica-Pau Amarelo, e sonhava com a Emília e a Narizinho, querendo eu viver as aventuras que elas viviam. Mas o mundo dá voltas... me tornei professora, formada em Teatro pela UFBA e não Atriz, como sonhei quando criança. E foi justamente por esta formação que fui parar na televisão. A TV Anisio Teixeira entrou na minha vida por causa do teatro e estou hoje aprendendo que o fazer televisivo é diferente, porém tão instigante e emocionante quanto o teatro. Continuo fã dos dois e aprendendo com os dois, o pai Teatro e a filha televisão são meus maiores amores profissionais hoje em dia. E que venham os desafios e os calafrios!

Três Vivas ao Teatro baiano e à nova TV Anisio Teixeira!!!

Viviane Paraguaçu.

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Fé Cênica (vídeo).

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