quinta-feira, 9 de julho de 2009

MUDEI O ROTEIRO

A roteirista Iara Sydenstricker e a professora Cristiane Britto.O que é um roteiro??? Como fazê-lo? Como pensar uma história para ser contada no audiovisual? Antes disso, meu pensamento era só os substantivos, verbos, poesias, construção de parágrafos, tecnologia... E os dias se passavam assim, até chegar a primeira Oficina da TV Anísio Teixeira.

Olhando uma foto, feita em close, lá estava minha mão, nela uma caneta, um texto numa folha de ofício e com a minha letra escrito “argumento e roteiro”. A foto para quem olha não diz absolutamente nada. Por trás da foto, há um mundo de informações.

Um dia, chega em nossa sala uma mulher alta, branca, olhos claros, sobrenome estranho. Foi-nos apresentada a roteirista Iara Sydenstricker. Chegou perguntando sobre nós. Quem éramos, mesmo, nós? Professores. No nosso roteiro, o papel principal era ser professor. Cada um sabia bem o roteiro da aula, da sala, da escola. Ela chegou perguntando o que era que nós queríamos neste projeto, e foi anotando sobre cada um de nós, nossos nomes, nosso anseios, para, quem sabe, um futuro roteiro de programa.

Começava naquele momento a segunda mudança de roteiro: “sai da escola” , “entra na TV AT”, “corta para oficina de roteiro”, “sobem os créditos..." e com vocês, cenas dos próximos capítulos.

Da caixa de roteiro foram saindo Na Lata, Anônimos, Inventus, Bahia Assim, Aqui é Massa, Realize, ArteFatos... Nossas ideias ganhavam corpo, forma, tempo, espaço. As ideias tornaram-se palavras, cenas. Fazer e refazer. E novamente fazer e refazer. Exercitar o desapego à criação. Exercitar a criatividade, a criação, a paciência, a resistência. Ouvir que o que foi feito não ficou bom e tentar fazer melhor: lições daquela mulher com sobrenome estranho e sorriso largo. E saber o que é escaleta, o tempo que as coisas ocupam numa televisão, que nem toda idéia é audiovisual.

Finda a oficina de roteiros, já não éramos mais os mesmos. Queríamos criar mais e mais. Saber os nomes das coisas da televisão. Já não nos bastavam as aulas, as salas, o quadro-negro. Queríamos criar histórias para serem contadas, documentar o mundo, sugerir lugares. Enfim, roteirizar.

E quanto a mim, vi meu roteiro completamente mudado. Substantivos e planos, verbos e enquadramentos, poesias e escaletas, parágrafos e argumentos....

Sobem os créditos:
IARA SYDENSTRICKER


Cristiane Britto.


Mais de Cristiane:
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Um comentário:

  1. Lindo texto, Cris. E este é mesmo o roteiro de Iara ... ajudar a escrever tantos novos outros roteiros e, o mais importante, de vida. Valeu, IARA, está valendo Cris.
    Beijinhos e carinhos sempre.

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