quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

I Mostra Interna TV Anísio Teixeira - cobertura


Que tal incluir os recursos do teleteatro na educação?  Essa é a proposta dos educadores da TV Anísio Teixeira, que apresentaram, no dia 13 de dezembro de 2011, no auditório do Instituto Anísio Teixeira, a I Mostra Interna TV Anísio Teixeira – Série Teleteatro / Programa EmCenaAção.

“O evento surgiu da necessidade de apresentar os produtos da TV Anísio Teixeira. Estávamos sendo cobrados pelos artistas para verem o produto final e foi sugerido à coordenação que desenvolvesse uma mostra que contemplasse os atores, os técnicos e, também, os professores da rede pública de ensino no intuito de fomentar a discussão em sala de aula”, afirmou Nildson B. Veloso, representante da Série Teleteatro / Programa  EnCenaAção. Segundo ele, essa série surgiu da ideia de trabalhar o teleteatro na perspectiva da sala de aula.


Teleteatro - A série traz a literatura baiana e brasileira, por meio da veiculação de informações acerca dos dramaturgos, escolas literárias e da encenação de uma versão adaptada da obra. A intenção é divulgar, valorizar e disseminar a arte cênica, bem como os artistas locais. Tudo isso através de peças adaptadas para o audiovisual, estimulando nos educandos da rede pública a formação de plateia, a produção de textos teatrais e a arte de interpretar.

Na primeira temporada, foram desenvolvidos cinco episódios: Cordel do Amor Sem Fim, da autora baiana Claudia Barral, dirigido por Alda Valéria; Bailei na Curva, do gaúcho Júlio Conti, dirigido por Cláudio Simões; Os Infortúnios de Uma Criança, do carioca Martins Pena, dirigido por Teresa Costalima; Se o Ascendente de Mamãe Fosse Aquário, do baiano Luís Sérgio Ramos, dirigido por Alex Souzan e Finalmente Shirley, do baiano Cláudio Simões, também dirigido por Alex Souzan.

Yuri Wanderley, coordenador da Rede Anísio Teixeira, afirmou que essa primeira mostra é importante por ser uma boa oportunidade de apresentar esse novo direcionamento na política que vem sendo dada à Rede Anísio Teixeira, principalmente no sentido de transformá-la num centro de produção multimídia, que tem como foco, também, a produção nas escolas através dos alunos e dos professores. “Ao mesmo tempo em que a gente está apresentando esse produto, que é fruto do trabalho realizado nos anos de 2010 e 2011, a gente aproveita essa oportunidade para divulgá-lo, fazer com que seja conhecido, dar uma resposta à sociedade, às pessoas, aos sujeitos que participaram na construção dessa série”, afirmou Wanderley.

Além disso, Yuri ressaltou que é importante estimular o uso desse produto em sala de aula. “Nosso objetivo maior não é só construir um centro de produções de excelência com produtos de qualidade estética e pedagógica, mas, principalmente, constituir uma rede de produção colaborativa formada por professores e estudantes da rede pública estadual de ensino”.

Nesse sentido, Nalini Vasconcelos, coordenadora da TV Anísio Teixeira, explica que esse evento vai dar um feed back ao pessoal que participou, aos artistas, principalmente. “O grande foco da TV Anísio Teixeira em 2012 é estar presente nas escolas trabalhando para os alunos”, ressaltou. 

Colaboração - O evento também contou com a presença do diretor geral dos episódios da série Teleteatro, Alex Souzan, que se disponibilizou para ser um parceiro e colaborador passando sua experiência em audiovisual para os professores e alunos da rede pública de ensino.  “Eu estou grato com essa realização e o fechamento dessa etapa das atividades da série Teleteatro. Tem um ano que terminamos a gravação e a produção audiovisual. O processo é longo, porém, gratificante”, disse Alex.

Os episódios do Teleteatro farão parte da grade da TVE em 2012 e também estarão disponíveis para download no Portal da Educação no primeiro semestre de 2012. Além disso, as escolas receberão kits com toda a programação da TV Anísio Teixeira. A série foi produzida pelos educadores da TV e ela pretende favorecer uma maior aproximação da comunidade escolar com temáticas próprias do universo do ensino. As propostas e abordagens estão pautadas no compromisso com a criticidade, a interdisciplinaridade, a arte-educação e a integração dos diferentes sujeitos da comunidade escolar.

Esse produto teve o apoio da Secretaria Estadual da Educação (SEC), Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT), Espaço Xisto Bahia, TV Educativa, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Sindicato Brasileiro de Autores Teatrais- SBAT. 

Publicado originalmente no Portal do Educador Baiano.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

I Mostra Interna TV Anísio Teixeira - Série Teleteatro/Programa EmCenaAção


O Instituto Anísio Teixeira convida educadores e artistas a participarem da I Mostra Interna da TV Anísio Teixeira - Série Teleteatro/Programa EmCenaAção, que acontecerá no próximo dia 13, às 14h, no auditório do Instituto, na Av. Paralela.






 



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Novos Programas da TV Anísio Teixeira na TVE


A partir de segunda-feira (05/12/2011), a TVE passa a exibir os novos episódios dos programas da TV Anísio Teixeira, nos seguintes horários: segunda-feira 19h30 e sábado 8h30 (reprise).

Em dezembro, quatro novos episódios do programa jornalístico Máquina de Democracia vão dar início à nova temporada e, a partir de janeiro de 2012, serão exibidos novos episódios dos programas Almanaque Viramundo e Ginga: Corpo e Cultura.

Para o primeiro semestre de 2012, ainda estão programadas as estreias dos programas: Identidades (música e multicultura), EnCenAção (teleteatro) e Muito Prazer (sexualidade e comportamento); e dos interprogramas: Etnomatemática, Questão de Língua, Poesia de Cada Dia; além das Campanhas Educativas de cidadania e valorização do professor.

A partir de janeiro de 2012 todos os programas da TV AT estarão disponíveis para download no Portal da Educação da Secretária da Educação.


Antonio Couto Filho
Analista Técnico TV AT

sábado, 3 de dezembro de 2011

Flica 2011 - Vídeo




A I Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) aconteceu entre os dias 11 e 16 de outubro deste ano. Marcaram presença, nesse evento, escritores baianos, brasileiros, norte-americanos, europeus e africanos. Uma equipe com alguns dos Educadores da TV Anísio Teixeira esteve lá e fez a cobertura do evento.

Confira o vídeo (versão compacta):





Reportagem: Joalva Moraes
Imagens: Geraldo Seara
Edição: Geraldo Seara
Fotografia Still: Peterson Azevedo

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FACE NA CONCHA

No dia 24 de novembro, a Concha Acústica testemunhou o potencial da escola pública baiana. Mais do que um Festival, o projeto FACE (Festival Anual da Canção Estudantil), através da linguagem artística, dá voz e vez aos estudantes de todo o Estado para apresentarem a sua arte, a sua identidade. Mais de 1 milhão de estudantes da Rede Estadual participaram da 4º edição do festival.

A animação foi grande e a torcida fiel. Vieram de Amargosa, Simões Filho, Sobradinho, Ribeira do Pombal, Ipirá, Entre Rios, Ilhéus, Itabuna, Wenceslau Guimarães, Lauro de Freitas, além da galera de Salvador, para vibrarem no tom dos 15 finalistas, meninos e meninas que se apoderaram do microfone e deram vida às suas canções inéditas. Os gêneros perpassaram pelo hip-hop, reggae, romântico, axé ... De repente, a Concha ficou pequena para tantos talentos. Uma confraternização única em nome da cultura baiana juvenil. O produto final desta festa deverá retornar para o seu local de origem: a sala de aula.
 
O FACE 2011 considerou como Melhor Intérprete Feminino e Melhor Canção Retratos com Ana Beatriz Padilha, de Ibotirama. Como Melhor Canção e Melhor Intéprete Masculino, Joevilterson Cássio Fernandes dos Santos com Sonho de Criança. E a canção De Sobradinho a Salvador, com Jonathan B. Nascimento, foi premiada como Melhor Música. Mas o prêmio final ficou mesmo com todos os participantes do Festival que, embora não tenham estado no palco da Concha, mostraram seu talento nas seletivas regionais e marcaram a "face" da cultura baiana.

Texto: Claudia Pessoa
Foto (1ª): Nildson B. Veloso
Fotos (2ª, 3ª): http://www.flickr.com/photos/todospelaescola/




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Gravação no Colégio Lomanto Júnior




Estudantes do Col. Est. Gov. Lomanto Júnior

Na tarde de ontem (24), o Núcleo de Produção da TV Anísio Teixeira iniciou sua primeira gravação independente. A locação foi o Colégio Estadual Governador Lomanto Júnior, no bairro de Itapuã. As gravações serão utilizadas no vídeo de divulgação do Instituto Anísio Teixeira, na Jornada Pedagógica 2012.


Equipe gravando no Laboratório de Informática

A equipe agradece a professora Anatália Machado, diretora, Ana Cristina Fernandez, coordenadora pedagógica, Fernando Teles, secretário, funcionários e, principalmente, aos estudantes envolvidos na filmagem pela receptividade, colaboração e alegria.



Equipe da TV AT e estudantes do Lomanto Júnior



Fotos: Geraldo Seara
Texto: Joalva Moraes

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cinema at School no E7 em Cena






A Cidade do Saber, em Camaçari recebeu nos dias  10 e 11 de novembro a quarta versão do E7 em Cena, com apresentação e apreciação dos trabalhos realizados pela comunidade escolar das escolas desse Município durante o ano letivo de 2011. Nessa oportunidade, o Centro Educacional Reitor Edgard Santos apresentou o CINEMA AT SCHOOL, projeto que teve como coordenador o professor Marcus Leone Coelho e contou com a participação de estudantes do 6º, 7º e 8º ano.




O CINEMA AT SCHOOL agregou educação e audiovisual, numa experiência pedagógica muito rica e de sucesso. O projeto foi dividido em três etapas que envolveram desde o trabalho de transposição de linguagem, passando pelo estudo temático, pesquisa, construção de argumento, roteiro e culminando com a produção dos filmes.




Esse processo durou exatamente três unidades letivas e rendeu frutos significativos no processo ensino e aprendizagem, tanto para os educandos como para o educador: “Percebi uma mudança positiva em nós, ficamos mais motivados e felizes durante as aulas e passamos a enxergar a escola efetivamente como um espaço de possibilidades. E o mais importante é que juntos conseguimos transformar informação em conhecimento. Tudo isso se deu de forma prática, lúdica e criativa”, comentou Marcus Leone.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra




No mês de novembro, comemoramos o Dia da Consciência Negra. Há muito o que falar sobre esse tema e há muita coisa já escrita, a exemplo das publicações feitas no blog do Professor Web.

Confiram!


domingo, 6 de novembro de 2011


Peterson Azevedo - "Olhos da Rua - Mobilidade Urbana"

Compartilhando minha participação no Projeto "Olhos da Rua" que democratiza a fotografia documental, com a sua linguagem direta em todas as vertentes: no jornalismo, na produção artística ou no simples registro do cotidiano.

As exibições do "Olhos da Rua" tiveram início em fevereiro de 2011 e seguem, atualmente, com projeções abertas ao público, sempre ao final de cada mês no belo cenário do Centro Histórico de Salvador, na rua Direita de Santo Antônio.

Todo esse sucesso vem garantindo a renovação contínua do projeto que conta com participantes da Bahia e também com fotógrafos de outros estados brasileros e de outros países.

Texto: Peterson Azevedo
Publicado originalmente em Cabeça Feita Produções

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uma tarde na Bienal


Foto: Rede Anísio Teixeira      


Mais uma vez, perto dos livros,
Perto das letras, da palavra, da poesia, do sonho...
Fui à Bienal, a trabalho.
Ajudei a divulgar nossa TV, nossa Rede, nossa Secretaria.
Os professores gostaram e pediam mais.
Os estudantes se amarraram no Cordelito de Anísio Teixeira
E saíram felizes com a possibilidade de encontrar
O Professor Web no Facebook...


Foto: Rede Anísio Teixeira
Luciano e a modelo Marta Helena


Vi desenhos encantadores de Luciano,
O artista da SEC.
Também fiquei sabendo que ele espalha sua arte repleta de emoção por aqueles corredores que transpiram burocracias...
Oxalá que a arte consiga também mudar as pessoas!

Conheci gente nova, reencontrei outras tantas.
Conversei, andei, comprei...
Novos livros, novas leituras, novas aventuras.
Foi bom, foi muito bom!

Junto com Peterson e Geraldo, vivi momentos felizes na Bienal.

Foto: Divulgação


Texto: Joalva Moraes

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"É NÓS NA FLICA"

Foto: Peterson Azevedo


Making of da cobertura da Rede Anísio Teixeira na I Festa Literária Internacional de Cachoeira - FLICA, entre os dias 11 e 16 de outubro de 2011.


Foto: Peterson Azevedo

Entrevista com Nildon Pitombo, Assessor Especial da Secretaria da Educação da Bahia.


Foto: Geraldo Seara

Joalva Moraes e Peterson Azevedo trabalhando, na redação improvisada (Pousada Rio Doce - São Félix).



Foto: Peterson Azevedo


Geraldo Seara em plena atividade.


Foto: Peterson Azevedo

Joalva Moraes na cobertura das mesas.



Foto: Peterson Azevedo

Márcio Guerreiro, Geraldo Seara e Joalva Moraes - uma pausa para o descanso.



Foto: Peterson Azevedo

Cobertura jornalística - Joalva Moraes



Foto: Peterson Azevedo

Equipe entregando à juíza Luislinda Valois a Edição 6, do Almanaque Viramundo / TV Anísio Teixeira, onde a jurista foi entrevistada.


Foto: Peterson Azevedo

Geraldo Seara entrevistando um estudante da cidade de Nazaré das Farinhas que visitava a FLICA.


Foto: Peterson Azevedo

Márcio Guerreiro entrevistado pela Rede Bahia.



Foto: Peterson Azevedo

Geraldo Seara cobrindo uma das mesas.



Foto: Peterson Azevedo


Márcio Guerreiro em atividade para o blog do Professor Web.


Foto: Peterson Azevedo

Geraldo Seara e Joalva Moraes entrevistando Darlon Silva, vencedor do TAL (Tempos de Arte Literária) 2010.


Foto: Peterson Azevedo

Joalva Moraes acompanhando mais uma mesa da FLICA.



sábado, 22 de outubro de 2011

ENEM NÃO É VESTIBULAR

Claudia Pessoa


Foto: Joalva Moraes
O Exame Nacional do Ensino Médio teve como marco inicial o ano de 1998 com o intuito de traçar um panorama da qualidade do ensino público no país. Além de fazer um Raio X, possibilitaria a criação de políticas públicas estruturais para melhoria do ensino no país garantindo o que versa nos documentos oficiais como os PCN´S, por exemplo. A avaliação prima pela transversalidade, valorizando a análise lógica, compreensão e interpretação de questões, selecionar, organizar, compreender e interpretar dados em disciplinas diversas, relacionar informações, além de apresentar, no caso da Redação, uma proposta de intervenção social, portanto estimulá-lo a repensar criticamente a sociedade na qual está inserido. São 13 anos e, obviamente, ele já se reformulou, se sustenta como uma avaliação séria, mas também construiu uma imagem equivocada para muitos estudantes. Claro que esta imagem reflete muito os desejos da sociedade.

Para mim, este é, verdadeiramente, o único exame que possibilita o estudante de escola pública ingressar numa universidade de maneira igualitária com um estudante da rede privada, visto que não se trata de quantidade de vagas nem de competição e sim de DESEMPENHO. Erroneamente ouvimos sempre “você passou no ENEM?” Como assim? A proposta do exame não está sustentada na aprovação ou reprovação, mas na construção do estudante ao longo da sua vida escolar, nas competências adquiridas e nas habilidades desenvolvidas no caminho vivenciado durante o Ensino Médio. Hoje, o resultado dele pode ser utilizado para ingresso no SISU (Sistema de Seleção Unificada), no (Programa Universidade para Todos) que possibilita a aquisição de bolsas integrais ou parcias nas universidades particulares, Atualmente, as universidades públicas também estão utilizando o resultado para ingresso nelas. Portanto, muito mais democrático e justo.


Assista aos vídeos com entrevistas de Claudia Pessoa sobre o ENEM:










segunda-feira, 17 de outubro de 2011

REDE ANÍSIO TEIXEIRA NA FLICA - SEXTO DIA




Foto: Peterson Azevedo



Homenagem, Pornografia e Sotaques


Por: Joalva Moraes


Foto: Peterson Azevedo - Darlon Silva, João Vanderlei, José Inácio e Lima Trindade
O último dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira não poderia ter começado melhor. A mesa da manhã, que recebeu os poetas baianos contemporâneos José Inácio Veira de Melo, João Vanderlei de Moraes Filho e Darlon Silva, prestou uma justa homenagem ao falecido poeta e cidadão de Cachoeira, Damário Dacruz. Quem mediou foi o editor da revista eletrônica Verbo21, Lima Trindade.


Recitando, sempre que possível, Dacruz, João Vanderlei refletiu sobre a  poesia. Ele disse que, quando começou, foi muito questionado quanto ao fato de ser ou não um poeta. "O jovem quando está começando quer romper barreiras, mas isso faz com que não seja acolhido dentro de uma tradição literária", afirmou.


Foto: Peterson Azevedo - Darlon Silva
Silva, com seus 20 anos, foi o mais jovem participante da Flica. Para ele, não tem como dizer que a literatura baiana contemporânea é de vanguarda, só a posterioridade é quem vai definir. Silva foi o grande vencedor do TAL 2010 (Tempos de Arte Literária), festival promovido pela Secretaria da Educação da Bahia.

Sobre a produção de poetas bainos atuais, Melo declarou que não conhece poeta pronto, mas muitos estão produzindo e movimentando-se. Quanto  à sua poesia, ele falou: "Não quero poesia perfeita para mim, quero cheia de imperfeições e humanidades".

 
Foto: Peterson Azevedo - Victor Mascarenhas e Reinaldo Moraes
A mesa vespertina foi a mais descontraída de todas da Flica. A irreverência dos escritores Reinaldo Moraes e Victor Mascarenhas trouxe à baila o tema Escrachos, Escárnios e Pornografia. Mascarenhas disse que a pornografia é um elemento da sua escrita, é a razão da história. Já Moraes explicou que nesse tipo de literatura: "as cenas de sexo não têm o objetivo de excitar o leitor, por isso não tem o perfil erótico".

 
Foto: Peterson Azevedo - Germano Almeida, João Coutinho e Camilo Afonso
A literatura de Língua Portuguesa e as relações entre Portugal e suas antigas colônias foram os assuntos discutidos na última mesa da Flica 2011. Portugal, Cabo Verde e Angola foram representandos por João Pereira Coutinho - escritor e colunista, Germano Almeida - escritor, e Camilo Afonso - diretor do centro cultural Casa de Angola na Bahia, respectivamente.

Afonso informou que seu país, depois de ter vivido anos de luta armada para conquistar a independância, hoje está num processo de reconstrução: "Se não fosse o Brasil, não sei o que seria de Angola. O apoio dos países do Leste foi fundamental para que Angola fosse o que é hoje".

Em Cabo Verde, o processo de independência foi diferenciado. Segundo Almeida, ela não surgiu como ideia de libertação, mas sim como estratégia de melhorar a qualidade de vida.

O escritor português questionou a política editorial de livros produzidos em Língua Portuguesa, defendendo o livre acesso entre os países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

E assim, terminou a Primeira Festa da Literatura em Cachoeira. Clécia Queiroz fechou as apresentações no Palco Cachoeira. Para 2012, os organizadores garantiram mais uma edição e o Diretor da Fundação Pedro Calmon (FPC), Ubiratan Castro, anunciou a realização de um concurso literário no qual doze escritores selecionados se apresentarão na Flica do próximo ano.

Foto: Peterson Azevedo - Entrevistando Aurélio Schommer
O curador do evento, Aurélio Schommer, também informou que será produzido um material audiovisual com todas as mesas o qual será disponiblizado para a Secretaria da Educação da Bahia com o objetivo de ser distribuído nas escolas públicas baianas. Vida longa à Flica!


 



Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara

REDE ANÍSIO TEIXEIRA NA FLICA - QUINTO DIA




Foto: Peterson Azevedo


Arte Literária, Romances e Geografias

Por: Joalva Moraes


O sábado na Flica começou com o debate sobre arte literária e grande literatura. Discutiram acerca desse tema os escritores e professores Jorge Araújo (UEFS) e Mayrant Gallo, além do poeta e romancista Carlos Barbosa. Por conta de imprevistos, Vagner Fernandes não pôde vir a Cachoeira, ficando a mediação dessa mesa sob a responsabilidade de Aurélio Schommer, curador da Festa.

Gallo, ao refletir sobre a arte da literatura, disse: "A arte literária existe, caso contrário tudo seria literatura. Quando penso num poema, desloco a linguagem comum do cotidiano para uma forma sensível". Para esse autor, a distinção entre o conto e o romance está no fato de que o primeiro precisa ter um argumento bem definido para chegar ao efeito final; já o romance pode ser criado a partir de uma imagem que esteja destinada a uma estrutura romanesca.

A literatura para Barbosa é um "aprendizado para a vida e para a morte". Ele informou que sua experiência com essa arte é de felicidade absoluta: "A literatura colocava, no meu colo, um universo de prazeres e delícias".

O momento de criação, para Araújo, pode variar a depender do criador. A inspiração existe, porém "o processo de maturação da história é o que mais importa".

A utilização das tecnologias, contrapondo-se ao livro em papel, foi o assunto da mesa vespertina. O especialista em publicações eletrônicas, Bob Stein, e o pesquisador da cibercultura, André Lemos, participaram desse debate, mediados pelo doutor em Comunicação e Semiótica, Fábio Fernandes.


Foto: Peterson Azevedo - Pedro Mexia, Hélio Pólvora e Rosel Soares
À noite, foi a vez de discutir as literaturas produzidas no Brasil e em Portugal. Estavam presentes o poeta e cronista português, Pedro Mexia, e o escritor, jornalista e crítico literário baiano, Hélio Pólvora. O editor Rosel Soares foi o mediador.

Segundo Mexia, nas últimas décadas do século XX, os portugueses ignoraram a literatura realizada por brasileiros. Ele acredita que "a ficção brasileira é melhor que a portuguesa, mas o mesmo não ocorre com a poesia. Neste caso, os portugueses são melhores".

Foto: Peterson Azevedo - Hélio Pólvora


Sobre a importância da Flica, Pólvora desejou que esse evento "vença o desafio de fazer com que o brasileiro leia mais". O original som de Mikael Mutti e seu Percussivo Mundo Novo foi a atração do Palco Cachoeira, finalizando a programação do quinto dia da Festa Literária.









Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara

sábado, 15 de outubro de 2011

REDE ANÍSIO TEIXEIRA NA FLICA - QUARTO DIA



 
Foto: Peterson Azevedo - Estudantes na Flica



Negritude, História e Polêmicas


Por: Joalva Moraes


A Festa Literária continua pelas ruas de Cachoeira. Estudantes de todas as idades participaram das diversas atividades promovidas pela Flica, no Conjunto do Carmo, no Centro Histórico.

Foto: Peterson Azevedo - Luislinda Valois, Ana Maria Gonçalves, Joel Rufino e Márcio Meirelles
A mesa matutina, mediada pelo diretor teatral e ex-Secretário da Cultura da Bahia Márcio Meirelles, foi emocionante. A juíza Luislinda Valois empolgou a plateia com seu discurso afirmativo e consciente da importância da luta por melhores condições para os afrodescendentes: “O negro já nasceu condenado. Para que isso mude, ele precisa lutar com a força que tem para que os governantes melhorem a sua condição de vida. Vamos buscar o que é nosso. Esse é o nosso dever”.

O historiador Joel Rufino dos Santos considerou que, em nossa sociedade, existem muitas contradições, sendo a questão racial uma delas. Ele acredita que o sistema de cotas para negros é um avanço da democracia brasileira.

Foto: Peterson Azevedo - Luislinda Valois e Ana Maria Gonçalves
O comercial da Caixa Econômico, no qual um ator branco atuou como Machado de Assis, foi sinalizado pela escritora Ana Maria Guimarães como um exemplo de negação de todo passado histórico do negro no Brasil.

 
Foto: Peterson Azevedo - Nei Lopes
À tarde, o cientista social e escritor Nei Lopes contou como o samba carioca está presente em seus livros. Ele disse que decidiu escrever ficção porque ela  é “a forma, intelectualmente, espairecer, brincando com as informações e conhecimentos adquiridos.

Foto: Peterson Azevedo - Nei Lopes,Rodrigo Constantino e Liv Sovik
Discussões acaloradas entre os debatedores e citações polêmicas acerca da existência do racismo no Brasil e da eficiência da política de reparação. Participaram: Nei Lopes (palestrante da tarde), Rodrigo Constantino – economista e Liv Sovik – professora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O mediador foi Aurélio Schommer.

E para aliviar as tensões, o Samba de Roda do Recôncavo fechou o quarto dia da Flica, dedicado as questões étnico-raciais. O samba de roda cachoeirano de D. Dalva levou tradição e elegância para o Palco Cachoeira.



Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

REDE ANÍSIO TEIXEIRA NA FLICA - TERCEIRO DIA



Foto: Peterson Azevedo


Baianidade e Histórias na Flica


Por: Joalva Moraes


Foto: Peterson Azevedo - Estudante da Rede Píblica Estadual
O sotaque baiano invadiu a Flica, na manhã dessa quinta-feira (13). Estudantes de Cachoeira e cidades vizinhas compareceram em massa. O jornalista e escritor Gustavo Falcón, a escritora e diretora teatral Adelice Souza e o comunicólogo e também escritor Márcio Matos compartilharam suas experiências literárias, mediados pelo professor universitário Sérgio Rivero.



Foto: Peterson Azevedo - Márcio Matos, Adelice Souza, Gustavo Falcón e Sérgio RiveroSobre o processo criativo, Falcón contou que o dele foi construído a partir de sua história de vida, sempre privilegiando a reflexão: “A razão é vital, já que sou um ensaísta”. Matos lembrou da importância da literatura como instrumento que oferece tanto ao leitor como ao escritor um processo de significação das coisas. Ele disse: “O fascinante da literatura é o momento em que ela deixa de ser fato e passa a ser criação e recriação”.


Foto: Peterson Azevedo - Sérgio Rivero, Gustavo Falcón, Adelice Souza, Márcio Matos, Aurélio Shommer
Já Adelice afirmou que, em seus escritos, ela, enquanto pessoa, está sempre escondida e falou ainda que seu processo de escrita é teatral, carnal e corporal, influenciado pelas técnicas do Yoga. “É uma experiência completa”, concluiu.


Foto: Peterson Azevedo - Ana Maria Gonçalves
A cidade de Cachoeira foi a protagonista na conversa da tarde. A mineira Ana Maria Gonçalves, autora do livro Um Defeito de Cor, declarou que, ao chegar nesta cidade em 2002, para realizar as pesquisas para o livro, encontrou a Cachoeira do século XIX: “Através dos olhos da personagem, uma africana escravizada desde a infância, eu via a Cachoeira daquele período”.

Ana Maria vê a literatura como uma grande viagem interior, guardiã do passado e transformadora do presente. “Ao escrever, eu buscava resgatar minha identidade negra”, acrescentou.


Foto: Peterson Azevedo - Leandro Narloch
À noite, foi a vez do curitibano Leandro Narloch falar de seu livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. Nele, Narloch vai na contramão da história oficial brasileira e desconstrói heróis, resgata personagens esquecidos, apresentando outras verdades.

O som de Magary, que mistura rock, reggae, funk, soul com ritmos tradicionais do Recôncavo baiano, fechou o terceiro dia da Festa Literária de Cachoeira.



 

Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara
 
::
Contador de Visitas Para Blogs